Assédio moral

Ex-jornalista da Globo diz que era pressionada para emagrecer

Veruska Donato revela ainda e-mails que recebia sobre roupas

Veruska entrou com uma ação contra sua antiga emissora
Veruska entrou com uma ação contra sua antiga emissora |  Foto: Redes Sociais
  

A ex-repórter da Globo São Paulo por 21 anos, Veruska Donato, entrou com ação na Justiça do Trabalho contra a emissora, alegando ter sido tão pressionada para estar em um padrão de beleza imposto pela empresa que adoeceu na época. Se condenada, a Globo terá que pagar R$ 13 milhões à jornalista. As informações são do site "Notícias da TV". 

Veruska entrou com ação judicial no dia 31 de janeiro contra a sua antiga emissora por assédio moral e por ter sido demitida cinco dias depois de um afastamento por Síndrome de Burnout. Após contrair a doença, ela realizou exame no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e precisou ficar afastada por 77 dias. Ela retornou dia 28 de outubro de 2021. Cinco dias depois, a repórter foi desligada da TV. A jornalista também exige direitos trabalhistas do período em que não era registrada. 

Ainda segundo o jornal, no processo ela também anexou e-mails enviados por Cristina Piasentini, diretora de Jornalismo da Globo em São Paulo, entre 2008 e 2020, e Ana Escalada, então chefe de Redação e sucessora de Cristina no cargo de direção, em que orientavam que roupas de tecido aderente eram consideradas "um perigo" para o visual porque marcavam "um estômago mais avantajado e barriguinhas persistentes".

No documento, a chefia ainda reconhecia que a informalidade tinha ganhado espaço no jornalismo, mas ressalta que isso não era desculpa para se descuidar das regras de padrão impostas pela empresa.

"A necessidade de colocar o repórter mais próximo do telespectador fez com que os blazers fossem substituídos por camisas e blusas de tricôs, as unhas pudessem ter alguma cor e saias/vestidos passaram a fazer parte do dia a dia da da repórter. Apesar disso, temos visto alguns visuais inadequados, mesmo para os tempos atuais", dizia o e-mail.

O processo corre na 37ª Vara do Trabalho de São Paulo e a Justiça já marcou uma audiência para o dia 27 de março.

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